terça-feira, 14 de abril de 2009

Situação da frente fria de 6 de Fevereiro 2001, às 14h00

Intensidade do Vento

Risco de Geada no País

Média da temperatura mínima do ar

Temperatura média do ar nos meses

Humidade relativa nos meses de Verão

Média da temperatura

Temperatura média do ar

percipitação e temperaturas

Clima e suas influências

Num mundo em que o turismo atinge foros de importante
actividade económica, o conhecimento do clima torna-se cada
vez mais necessário tanto para a obtenção de informação o mais
precisa possível do estado médio – e valores extremos – do
tempo numa dada época do ano, como para a escolha da localização
das estações turísticas.
As condições gerais da circulação atmosférica provocam
uma sensível diminuição da precipitação anual de norte para
sul do Continente, reforçada pela assimetria orográfica; a
barreira de relevos no Norte e o afastamento do litoral provocam
menor queda de chuva no interior, notoriamente na
rede hidrográfica, muito encaixada, do Douro.
Em paralelo com a distribuição da chuva encontra-se a distribuição
do número de dias com precipitação igual ou superior
a 1 mm e, em sua oposição, os valores da insolação – número de
horas de sol descoberto acima do horizonte – que atingem, no
Algarve, 3 100 horas, dos maiores valores da Europa.
A temperatura média do ar evolui em sentido contrário ao
das chuvas, ou seja, aumentando de norte para sul onde as
amplitudes térmicas são maiores; evolução idêntica se nota
entre as temperaturas ao longo do litoral – sempre mais amenas
e as do interior com muito maiores amplitudes térmicas. As
áreas montanhosas do Norte mantêm-se como ilhas de frescura
ao longo dos meses de Verão e no Inverno atingem as temperaturas
mais baixas sendo relativamente alto o risco de geada,
praticamente desconhecido a sul do Tejo e em todo o litoral.
A humidade relativa tem uma distribuição regional pouco
marcada de Inverno e uma diminuição acentuada, paralela ao
litoral, nos meses de Verão.
O vento, ou movimentos horizontais de massas de ar, é
outro elemento de clima que interfere muito directamente
com o sentimento de conforto sentido pelo Homem; e nele,
também, se encontra uma diferenciação entre o interior do
País, onde as direcções e intensidades são variáveis, em
correlação importante com o relevo e seus alinhamentos; e o
litoral, onde são bem marcadas as direcções norte e noroeste.
As frentes separam massas de ar de densidades diferentes;
pela sua posição, em especial o Continente e o arquipélago
dos Açores estão mais sujeitos à passagem de frentes no
Inverno do que no Verão; ainda devido à posição,
esporadicamente, o Continente e a Ilha da Madeira podem
ser atingidos por poeiras oriundas do Sara.
Da relação entre os vários elementos de clima obtêm-se
os índices de conforto bioclimático, através dos quais, uma
vez mais se nota, de uma maneira geral, o contraste entre o
Norte e o Sul. Outra medição menos frequente, mas
essencial pela repercussão em duas actividades importantes
– a pesca e o turismo – é a da temperatura da água do mar à
superfície, junto à costa que, tal como em terra, aumenta de
norte para sul e cuja média varia entre 12,3ºC, no mês de
Janeiro, em Leixões, e 21,4ºC, nos meses mais quentes (Julho
e Agosto), no Cabo de Santa Maria; mas, tal como noutros
indicadores, notam-se algumas diferenças ao longo dos anos;
por exemplo, em Leixões, entre 1956 e 1999 registou-se uma
significativa “tendência crescente de cerca de 0,04ºC/ano”.
Para além desta distribuição normal dos elementos
climáticos básicos, verificou-se, pelo estudo de séries longas
de valores registados nas estações meteorológicas mais
significativas do Continente, “que o aumento [actual] da
temperatura média do ar ocorre em todas as estações [do
ano], sendo maior no Outono/Inverno do que na
Primavera/Verão... e que a [tendência] da taxa de aumento da
temperatura média anual do ar, 0,0074ºC/ano, é semelhante à
da média global calculada para todo o planeta”.